A GRANDE TEIA (5/11/2015 - Guy Falkes Day)
- Carlos Reis
- 6 de nov. de 2015
- 4 min de leitura
CONVOCAÇÃO GERAL É A ORDEM! A cleptocracia se entrincheira nas suas posições nas instituições, onde é mais forte, e resiste desesperadamente à onda de revelações de crimes cada vez maiores perpetrados por autores óbvios demais para serem inocentes. Nunca uma presunção de culpa foi tão clara, legítima e legal. Nunca crimes dessa magnitude foram cometidos por qualquer agente público no mundo moderno. Ao implorar para que o atual governo seja destituído, assim como seu partido chefe, o povo brasileiro assiste assustado à conquista do Brasil pelo crime organizado, público, e governamental.
As instituições hoje estão em estado de alerta e em estado de guerra. Mas não a favor do povo. Congresso, STF, STJ, TSE, Procuradoria Geral da República, imprensa aliada e intelectuais degenerados, todos estão de prontidão desde que as denúncias contra Lula e família, Dilma e seus ministros, e parlamentares da base do governo se tornaram conhecidas pelo grande público; denúncias que abundam, e que pelo volume gigantesco têm movimento próprio. Uma rede de proteção protege e resguarda dezenas de criminosos que atuam no saque ao país há vinte anos. A convocação, por isso, é geral.
Uma teia de aranha e não uma rede de proteção, uma enorme teia de aranha, talvez fosse uma expressão melhor para caracterizar essa enorme operação-abafa. Uma teia de proteção e com funções de armadilha caracterizaria bem o controle de uma igualmente Grande Aranha. Nada em uma grande teia se passa sem o conhecimento da Grande Aranha. Cada movimento da vítima, no caso, o povo brasileiro e sua riqueza, é controlado e anulado pela grande e poderosa aranha. É esse o cenário aterrador de Brasília onde a Grande Aranha se esconde por trás de uma sólida proteção urdida por agentes ou operadores com mandato, intitulados e detentores de insígnias do poder oficial, todos consagrados pelo (mau) costume dessa República.
Uma corruptocracia instalada no coração do poder só subsiste por força de sua própria lógica corrupta, confiante que está que legislação alguma é capaz de tirá-la do poder, provocando em muitos de nós a sensação que não basta mais a existência de leis: faltam ser denunciados exatamente esses agentes operadores da Grande Aranha. O que eles fazem é justamente anular os operadores da Justiça com golpes administrativos, legais, formais. Para isso estão bem localizados em posições-chave da República.
Por exemplo, hoje se afastam juízes dos seus postos como se isso fosse constitucional e não violasse o princípio da inamovibilidade de um magistrado. Juízes são trocados ao bel prazer do STF ou chefes de outros tribunais. Não importa a ilegalidade – a força predomina através da submissão hierárquica, da intimidação, das ameaças, e das perseguições típicas de regimes totalitários, e, no limite, com risco de vida para muita gente honesta. Estamos lidando com uma grande quadrilha, uma grande e poderosa instituição criminosa sustentada pelo crime organizado com articulações internacionais.
No Congresso, alianças descaradamente espúrias se formam e trabalham preparatoriamente na construção de sua parte da grande teia. A corrupção lá é uma instituição. Seu objetivo é o poder a qualquer custo. O STF, de anos para cá vem recuando do seu papel e exercitando e aplicando as Leis de uma República degenerada. Seu papel é soterrar o bom senso e a boa Justiça com interpretações suspeitas e capciosas; são cúmplices da grande organização grande parte dos seus membros. E essa parte busca abertamente anular operações policiais, travar ações, postergar julgamentos e, caso eles venham a ocorrer, absolver a corruptocracia que os intitulou e, depois ainda, caso condenados, mitigar suas penas com artifícios jurídicos.
O Ministério Público se alinha ao governo. A grande mídia só fala em corrupção e cinicamente não percebe prioridades. Eduardo Cunha é um ladrão menor, mas isso não interessa aos construtores da grande teia. A grande mídia trabalha na dissuasão e no diversionismo. A oposição também faz o seu papel subserviente. Como alguém que necessita estar também protegido, não ousa rasgar a teia: prefere rasgar as próprias vestes em público, ideologicamente obediente a compromissos inconfessáveis. A população assiste a tudo isso bestificada – essa é a segunda proclamação republicana e a segunda bestificação.
No outro front da vida real, onde os costumes se degeneram rapidamente, justamente no campo onde o político prepondera, preserva-se o ambiente ideológico do socialismo que corrompeu a cultura e a educação de duas ou três gerações de brasileiros. Em nome do socialismo se pratica o diversionismo mais banal e explícito apelando ao exercício de agendas, bandeiras, e slogans. A “sociedade civil” brasileira hoje é a sociedade da Grande Aranha. Essa sociedade nem mais sabe do seu status de escrava de uma ideologia. E tudo começou com aranhas menores construtoras da hegemonia. Por isso não se fazem mais juízes e magistrados como antigamente. Nem jornalistas, nem cientistas, nem artistas. Até os nossos jogadores de futebol têm contas morais e éticas a pagar. Mas não estranhem, as instituições dessa “sociedade civil” são perfeitamente coerentes e estão acordadas entre si para dar vida longa à cleptocracia socialista que tomou conta do país. Ela usa e abusa de agendas secundárias e dissuasórias para distrair a sociedade das questões morais e éticas fundamentais, dando assim tempo e espaço à cleptocracia dominante. Racismo, aborto, drogas, ideologias de gênero, tudo isso mantém o fogo aceso para distrair e atrair as moscas incautas que exigem respeito à Lei, onde ela não existe mais; cumprimento da constituição, quando ela já foi negada pelo STF; ações punitivas e investigativas sérias de CPIs que não existem mais para isso.
Tudo caminha para a dissolução do Estado de Direito, uma ficção socialista muito fácil de negar, desconhecer e ainda escarnecer – o tal Estado de Direito foi feito exatamente para isso. Estamos muito perto do momento da ruptura republicana, isto é, o ponto em que o povo não poderá mais contar com instituição alguma – esta será a última posição tomada por aqueles que agora se entrincheiram, como disse, na defesa dessa mega-estrutura moralmente podre, mas extraordinariamente forte, violenta, e mortal. O uso da República por parte de bandidos eleitos, funcionários comissionados e magistrados comprados tornará a guerra contra o povo assimétrica e inevitável.
Restaria a resistência de um John Falkes bem sucedido, em uma versão histórica ainda inédita, a qual não se faria sem sangue, derrotas pessoais, e um generalizado sofrimento?

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